Canela se encaminha para mais quatro anos de “mais do mesmo” em matéria de administração pública municipal, num ambiente de incerteza política gerada por problemas judiciais. A ausência de uma candidatura oposicionista com chances reais de disputar o poder faz com que a eleição de novembro tenha um resultado previsível, mas com muitas dúvidas sobre o futuro da cidade.
O provável candidato vencedor é um prefeito condenado pela justiça em primeira instância, por mau uso de dinheiro público, e que pode começar um novo mandato na dependência de recursos judiciais em segunda instância. Isto significa que haverá um período variável de incerteza política, dado o risco de uma futura condenação definitiva, o que deve influenciar o planejamento para os próximos quatro anos.
Esta conjuntura certamente afetará a aliança de seis partidos que apoia a provável chapa vencedora, cujos líderes podem já estar de olho num eventual fatiamento da administração pública municipal, caso a condenação da primeira instância seja mantida pela segunda instância. Esta possibilidade inevitavelmente alimentará a cobiça dos partidos coligados por cargos e posições, configurando mais um fator de instabilidade e incertezas.
Tudo o que Canela precisa hoje é de uma administração municipal aberta, sólida e transparente para que a população possa sentir-se participante na gestão de uma cidade que tem pela frente alguns problemas bem complicados. Não dá mais para os políticos administrarem a cidade como se ela fosse uma propriedade particular desta ou daquela sigla partidária ou sobrenome.
O estilo personalista e paternalista dos últimos quatro anos ficou defasado em relação à necessidade de uma gestão ágil, com participação efetiva e organizada da população. Os canelenses estão acostumados com prefeitos recentes que governam para a população. Agora precisam de administradores que trabalham com a população, não da boca para fora, mas incorporando as associações de bairro na tomada de decisões municipais como na questão do esgoto, da qualidade da água, do trânsito, saúde e segurança.
O Te Liga não apoia candidaturas e nem siglas. Defendemos uma participação efetiva da população no governo, seja lá quem for o vencedor das próximas eleições. Vamos cobrar esta participação e a transparência total dos negócios municipais também dos novos vereadores, pois eles são os representantes da população, e não sócios de um clube chamado Canela.